Poema

Vai pra Casa dos Cordéis

Estava a demonstrar
o valor de uma poesia,
sua razão de existir,
a um sujeito outro dia.
Expliquei-lhe do sentido
nem sempre percebido.
Ele fez que não entendia.

Disse-lhe que bons versos
feitos com maestria
podem ter mensagem
que nos trazem alegria,
que nos fazem refletir
e melhoram o ir e vir.
Ele fez que não entendia.

Ah, então eu apelei,
não quis deixar pra lá.
Assim, me aprumei,
e pedi pra ele escutar,
mantive sua atenção
e nesta ocasião
comecei a lhe falar.

Quem não gosta de poesia
vai pra Casa dos Cordéis.
Porque lá vai conhecer
o que fazem menestréis,
poetas e cordelistas,
e múltiplos artistas,
que das letras são fiéis.

Vai lá pra ver o Bosco,
o Osvaldo, o Rogério,
Antonio, Sobral, Mora,
eles vão tirar do sério
o rigor do seu semblante;
mostrarão o ser brincante.
Sua tristeza tem remédio.

E ao lado destes seis
outros mais se juntarão,
no Sarau Castelo-Eugênio,
destes saudosos irmãos.
E eu, podendo estar,
também apareço lá
a engrossar este cordão.

Faça isto cidadão
e você vai compreender
que aquela sua visão
tende agora transcender,
por este acolhimento,
a um novo pensamento,
que sublima seu viver.

J.R.Jerônimo
18.07.2015

Homenagem aos escritores e ativistas culturais, que dedicam-se na Casa dos Cordéis, um dos centros de cultura de Guarulhos, comandada pelo acadêmico Bosco Maciel. Originalmente de 19.07.2015, foi atualizado após os passamentos de Eugênio e Castelo.
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