Textos e Lições 


O abacaxi

Álvaro era um funcionário sério, dedicado, cumpridor de suas obrigações e, por isso mesmo, estava há vinte anos na empresa.

Um belo dia ele vai ao dono da empresa para fazer uma reclamação:

- Meu patrão, tenho trabalhado durante estes vinte anos em sua empresa com toda dedicação, só que me sinto um tanto injustiçado.  O Luiz, que está conosco há somente três anos, está ganhando mais do que eu!!

O patrão, fingindo não ouvi-lo, disse:

- Foi bom você vir aqui.  Tenho um problema para resolver e você poderá me ajudar.  Estou querendo dar frutas como sobremesa para o nosso pessoal após o almoço de hoje.  Ali na esquina tem uma barraca.  Vá até lá e verifique se eles têm abacaxis.

Álvaro, sem entender direito, saiu da sala e foi cumprir sua tarefa.  Em cinco minutos voltou.

- E aí, Álvaro? - perguntou o patrão.

- Verifiquei como o senhor mandou.  O moço tem abacaxis.

- E quanto custa??

- Isso eu não perguntei não.

- Ele tem quantidade suficiente para atender a todos os funcionários? - quis saber o patrão.

- Também não perguntei, não.

- Muito bem, Álvaro, sente-se ali naquela cadeira e me aguarde um minuto.

O patrão pegou o telefone e chamou o Luiz.  Deu a ele a mesma orientação que dera ao Álvaro.  Em oito minutos o Luiz voltou.

- E então, Luiz? - indagou o patrão.

- Senhor, eles têm abacaxis, sim.  E em quantidade suficiente para todo o nosso pessoal.  E, se o senhor preferir, têm também laranjas, bananas, melões e maçãs.  O abacaxi está custando R$1,50 cada; a banana, o melão e as maçãs a R$1,20 o quilo, e a laranja a R$20,00 o cento, já descascada.  Mas como eu disse que a compra seria para uma grande quantidade, eles me concederam um desconto de 15%.  Deixei reservado.  Conforme o senhor decidir, volto lá e confirmo, explicou Luiz.

Agradecido pelas informações o patrão o dispensou.   Voltou-se para Álvaro, que permanecia sentado, e perguntou-lhe:

- Álvaro, o que mesmo você estava dizendo?

- Nada sério não, patrão.  Esqueça.  Com licença.

E Álvaro deixou a sala.

(Esta estória foi enviada pelo Alexandre J. Montes, de Guarulhos, SP)


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